ESTADO DE CONSERVAÇÃO DA VEGETAÇÃO DE MANGAL NA ZONA COSTEIRA DA CIDADE DA MAXIXE

Abstract

Este estudo foi realizado na zona costeira da cidade da Maxixe, com objectivo de avaliar o estado de conservação do mangal. Os dados foram colectados nas comunidades de Sahane (Chicuque) e Sofane (Malalane-1) de Fevereiro a Abril de 2020. Foram amostradas no total 35 parcelas com base no estabelecimento de uma grelha de amostragem (amostragem sistemática) com recurso ao Google Earth, onde os pontos amostrais (coordenadas) encontravam-se a 100 m de distância entre si. O primeiro ponto (quadrícula) foi estabelecido de forma aleatória e a partir deste, foram demarcadas sistematicamente as outras quadrículas, posicionadas ao longo de 12 transectos perpendiculares á linha da costa com 50m de distância entre si, os pontos amostrais foram localizados com recurso ao GPS, onde em cada ponto foi estabelecida uma quadrícula de 10mx10m, mensurados e registados todos os indivíduos com CAP>7.9cm (DAP>2.5cm). Num dos cantos de cada quadrícula de 10mx10m foi estabelecida uma quadrícula de 5mx5m para o estudo da regeneração natural, onde foram contados e agrupados em 3 classes de regeneração (propágulos, indivíduos em transição e arbustos). Para o estudo do estado da conservação, os indivíduos foram agrupados em 5 categorias (indivíduos intactos, corte parcial, corte profundo, cepos e mortes por causas naturais). Foram identificadas 5 espécies: Avicennia marina; Sonneratia alba; Rhizophora mucronata; Ceriops tagal e Bruguiera gymnorrhiza. A Avicennia marina foi a mais abundante, frequente, dominante e com maior índice de valor de importância. O índice de diversidade de Shannon Weaver foi de 1.34 e equitabilidade 0.83. A classe de regeneração II que são indivíduos em transição apresentou maior número de indivíduos (43.68%. O estado de conservação na zona costeira da cidade da Maxixe é bom, justificado pela alta abundância de indivíduos intactos (86.2%), sendo que (13.8%) foram degradados pela exploração humana. Este estudo é de grande importância no que tange ao maneio do mangal na zona costeira da cidade da Maxixe, bem como na priorização de espécies a conservar e de espécies mais ecologicamente importantes a nível da estrutura horizontal.