AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DOS TANQUES SÉPTICOS DE UM SISTEMA ANAERÓBIO DE TRATAMENTO DE EFLUENTES DE SUINOCULTURA DO ISPG

Abstract

O descarte de dejeto de suíno no solo tem sido uma preocupação devido a sua capacidade poluidora ao meio ambiente que quando dispostos inadequadamente provocam impactos nos recursos hídricos, no solo e no ar, além de promoverem riscos à saúde humana. O tratamento desse tipo de dejeto é um desafio devido a sua complexibilidade na carga orgânica. Diante disso, o presente trabalho objetivou avaliar o desempenho dos tanques sépticos de um sistema anaeróbio de tratamento de efluentes de suinocultura dispostos em série e instalados em três estágio em escala piloto. O sistema de tratamento foi instalado no Instituto Superior Politécnico de Gaza, no departamento de Zootecnia, foi monitorado durante 5 meses, sendo que os primeiros dois meses foram de start-up do sistema, e os restantes meses foram de colecta das amostras e análises no laboratório da cidade de Xai-Xai na província de Gaza. Os dados foram analisados e processados usando folha de Excel. Para a caracterização do afluente foram usados os seguintes parâmetros físico-químicos e biológicos pH, Sólidos totais dissolvidas (STD), Condutividade elétrica (CE), Temperatura (Cᵒ), Cloretos, Matéria orgânica, Oxigénio dissolvido (OD), Demanda bioquímica de oxigênio (DBO5), Demanda química de oxigênio (DQO), Nitrogênio (N), Amônia (NH3), Fósforo (P), Fero (Fe), Magnésio (Mg), Cálcio (Ca), Coliformes totais, Coliformes fecais, E. coli, cor e Turbidez, os mesmos foram determinados para o efluente tratado e analisados para fins agrícolas de acordo com decreto Brasileiro nᵒ 8.468/1976 e Moçambicano 18/2004. Os parâmetros expressos em eficiência foram os seguintes: DBO5 (5.20%), DQO (2.82%), OD (7.05%), Turbidez (10.91%), TDS (13.05%), Coliformes fecais (73.63%), E. coli (100%). Referir que a unidade não mostrou viabilidade na remoção de poluentes (DBO5 e DQO), tendo apresentado resultados baixos quando comparado com os sugeridos por outros autores e foi eficaz na remoção de Coliformes fecais e E. coli, quando comparado com outros autores na remoção de microrganismo. Os mesmos respondem o estabelecido pelo decreto Brasileiro nᵒ 8.468/1976 e pela resolução nᵒ357 do CONAMA para o reuso agrícola. Conclui-se que o sistema de tanques sépticos por si só não é uma tecnologia eficaz para tratamento de dejeto de suinocultura, sendo necessário tratamento secundário.